O meio ambiente interage de forma natural com os fenômenos que alteram ou degradam seu ciclo e que fazem parte da natureza, sendo o fator homem o que mais interfere e pode alterar seu ciclo natural, causando-lhe impactos negativos.
O PMFS a ser executado em escala de manejo florestal, comprovará sua viabilidade técnica e principalmente ecológica garantindo a minimização dos impactos físicos (solo e água), biológicos (flora e fauna) e sociais, através de monitoramento constante dos impactos, objetivando verificar a eficiência das medidas tomadas e assegurando que os padrões de qualidade ambiental não sejam ultrapassados, detectando os impactos a tempo de corrigí-los, garantindo a manutenção dos recursos renováveis da floresta.
Floresta
A manutenção da diversidade biológica é um dos principais objetivos do plano de manejo, que visa garantir o estoque remanescente e permitir a seleção positiva das espécies com indivíduos que estariam aptos para comercialização.
Por ocasião das intervenções da exploração da madeira que implica em redução de área basal das espécies comerciais, deve-se proceder criteriosamente a fim de que sejam mantidas as árvores matrizes de forma dispersa, para o que não possa ser processado o abate total de grupos arbóreos da mesma espécie que ocorrerem em reboleiras, inclusive, a fim de favorecer posteriormente a dispersão de sementes e a regeneração natural e processo de sucessão na área explorada.
Durante o processo de abate deve-se direcionar a queda das arvores abatidas de tal forma a proteger indivíduos remanescentes, protegidos por lei, e espécies comerciais futuras presentes no sub-bosque da floresta. A beleza cênica, representada pela floresta virgem e exuberante da área será alterada num primeiro momento, contudo, espera-se que em um curto espaço de tempo ela se reconstituirá, através dos processos naturais de regeneração, ou pelos tratamentos proporcionados.
Solo
A preservação do solo, tanto de suas características físicas, químicas e biológicas depende do uso adequado, utilizando-se práticas de conservação, manejo e monitoramento. Através do planejamento das estradas, conseguiremos minimizar vários fatores degradantes do solo como: perda de matéria orgânica, lixiviação de nutrientes, compactação e má drenagem do solo, além da regeneração natural do solo que compõe o revestimento florístico da área. Porém, além de um bom planejamento é preciso que haja um constante monitoramento das atividades, principalmente no período que antecede cada exploração, garantindo a manutenção constante das estradas de acesso principal, estradas secundárias e trilhas de arraste, evitando focos de erosão e os fatores degradantes já mencionados, resultados de um mau planejamento, onde tratores florestais e práticas como as do arraste de matéria prima, contribuiriam para maiores impactos no solo.
O combate à erosão é um dos pontos fundamentais para a minimização dos impactos do solo. Isto é conseguido evitando-se a eliminação da cobertura florestal de grandes áreas de solos, preservando-se árvores que diminuem o impacto direto dos agentes erosivos, como chuvas, escoamento superficial das águas pluviais e lixiviação de nutrientes.
Na derrubada das árvores é importante direcionar a queda das mesmas a fim de que as árvores fiquem o mais próximo possível dos locais de saída para os pátios de estocagem, minimizando os impactos no solo com o arraste dessas árvores por longas distâncias. Deve-se evitar o uso de tratores nos períodos chuvosos para se evitar a compactação dos solos. No arraste é essencial o uso de torre e guinchos no trator para suspender uma das pontas da tora, minimizando o impacto sobre o solo ao arrastar a mesma.
Água
Em relação aos recursos hídricos, a minimização dos impactos ambientais a ele causados, deve ser realizada com a máxima observação da manutenção da vegetação situada nas margens dos rios, córregos, grotas, nascentes e outros elementos naturais que se enquadram como área de preservação permanente.
Não será permitida de forma alguma a derrubada de árvores nas margens dos corpos d'água. Outra preocupação importante em relação à qualidade das águas se dá por ocasião da construção das estradas, pois estas não devem ser construídas em rampas longas e de declive acentuado que possa direcionar o escoamento superficial de água e sedimentos para os leitos dos cursos, causando a turbidez, o assoreamento, entre outros danos. Quanto aos drenos, sempre que houver necessidade serão colocados bueiros para não obstrução do recurso.
Fauna
A exploração florestal na área de manejo será executada de forma a possibilitar sempre uma opção de refúgio aos animais em áreas de floresta nativa não explorada e sem atividades de manejo, durante o processo de corte e extração de madeiras, ou seja, a exploração terá sempre seu início em talhões próximos às áreas já desmatadas ou mais alteradas, possibilitando a fuga para áreas interiores de floresta natural inalterada ou para floresta natural em pausa das atividades do manejo sustentado.
Assim, em relação ao primeiro efeito negativo (exploração florestal) sobre a fauna, espera-se que com as técnicas de manejo florestal com exploração de impacto reduzido e a manutenção do ecossistema com o mínimo possível de intervenção humana e alteração em relação ao ecossistema original, não haja danos significativos que possam levar a extinção de espécies ou mesmo a processos irreversíveis de degeneração da fauna local, podendo as áreas de manejo servir de refúgio da fauna de áreas circunvizinhas, que eventualmente sofram, por exemplo, com as atividades de subsistência praticadas nas comunidades do entorno a Unidade de Manejo Florestal.